José Marconi Medeiros
Presidente da Fecomércio Paraíba
O primeiro quadrimestre de 2022 trouxe números significativos que nos deixam esperançosos de que virão dados ainda melhores para todo o ano. Informações de várias pesquisas e levantamentos deixam evidentes o desenvolvimento contínuo da economia brasileira e paraibana.
Um dado relevante para observarmos é o número de pessoas ocupadas que, em abril, registrou 96,5 milhões, o maior desde 2012. A taxa de desocupação, de fevereiro a abril, ficou em 10,5% – a menor para esse trimestre desde 2015. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE. Ainda no tocante de empregos, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, mostrou que o Brasil gerou 196,9 mil empregos com carteira assinada em abril deste ano. Na Paraíba, o saldo foi de 2.418 novos postos de trabalho, resultado bem acima do registrado no mesmo período do ano passado, quando o saldo foi de 232 novas vagas de empregos formais. Do total de 2.418, o setor de serviços foi responsável por 1.175, seguido do setor da construção (592), comércio (450) e indústria (252). Juntos, comércio de bens, serviços e turismo respondem por 67% das vagas de empregos no estado, dado semelhante ao apresentado em nível nacional.
Esse crescimento no número de empregos apontado pelo Caged é relevante e nos mostra especialmente que o serviço é um dos setores que mais cresce não só na Paraíba, mas em todo o Brasil, e hoje, já dentro do setor terciário, aparece como um dos principais setores econômicos. O número de empresas prestadores de serviços vem crescendo de forma impressionante, desde empresas que fornecem mão de obra para a administração e principalmente bancos, até outras que fornecem mão de obra para a própria construção civil. Essas empresas cresceram consideravelmente e, por isso, o número de empregos acompanha essa ascensão. Uma das coisas que nos deixa satisfeito é que ela emprega tanto os mais qualificados como os que estão entrando no mercado de trabalho em busca do primeiro emprego.
Falando em setor de serviços, ele também foi responsável por impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, que cresceu 1,0%, comparado ao último trimestre de 2021. O PIB é a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil e atingiu R$ 2,249 trilhões em valores correntes. Esse resultado deixou o PIB 1,6% acima do patamar do quarto trimestre de 2019 (período antes da pandemia). Esses dados foram divulgados pelo IBGE.
Outro fator que demonstra o otimismo das empresas é refletido no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Com o crescimento das vendas acima do esperado, a variação positiva foi de 5,7% em comparação com abril. O indicador atingiu 120,2 pontos em maio, o maior índice desde dezembro de 2021.
Se os empresários estão otimistas, as famílias também estão. A intenção de consumo cresceu pelo quinto mês consecutivo de acordo com a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também realizada pela CNC. Em maio, a ICF registrou alta de 4,4% e registrou 79,5 pontos. Na comparação anual, com maio de 2021, o crescimento foi de 17,7%. Isso se deve, principalmente, devido à melhor percepção do mercado de trabalho.
Trazendo para a realidade paraibana, seguimos acompanhando a Arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da Paraíba. No mês de abril, foram arrecadados mais de 637 milhões em impostos, e o primeiro quadrimestre do ano já soma mais de 2,5 bilhões de reais, o que demonstra uma retomada segura e crescente da economia frente aos dois anos anteriores. Esses valores foram divulgados pela Secretaria de Estado da Receita e Ministério da Economia. O número de empresas ativas no Estado da Paraíba também vem crescendo em 2022. No mês de abril foram contabilizadas 164.508 empresas, sendo 139.476 nos setores do Comércio, Serviços e Turismo.
Esses números do primeiro quadrimestre do ano nos deixam animados e otimistas de que os próximos meses também surpreendam positivamente. Se depender das festividades, com certeza teremos resultados impressionantes. Após a data mais importante para o comércio no primeiro semestre, que é o Dia das Mães, neste mês de junho ainda tivemos o Dia dos Namorados, que aqueceu as vendas, e os festejos juninos que, depois de dois anos sem acontecerem, estão movimentando bastante o setor terciário, principalmente nas cidades do interior, com destaque para Campina Grande, que voltará a realizar o Maior São João do Mundo.
Para o São João, as vendas devem crescer significativamente, tanto no segmento de alimentos e bebidas, como para o Turismo, com hospedagens e passeios, assim como o setor de vestuário e calçados. A perspectiva é que o comércio tenha um aumento de 7,5% nas vendas em comparação ao mesmo período do ano anterior. Não podemos esquecer que o movimento do período junino não acontece apenas nas lojas: as festividades movimentam toda uma cadeia produtiva que inclui vendedores ambulantes, motoristas de táxi e de aplicativos, costureiras, distribuidoras de bebidas, artistas, entre diversos outros profissionais.
Dessa forma, por todos os dados apresentados e todos aqueles que temos a expectativa de alcançar positivamente, seguimos confiantes de que 2022 continuará reafirmando a força da economia brasileira e paraibana. Tudo isso graças à resiliência e esforço dos empresários e dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo.
José Marconi Medeiros