Valorizar, apoiar e impulsionar os destinos e produtos turísticos brasileiros, por meio de uma grande articulação, nos Estados e nacional, entre atores e instituições para construir uma agenda integrada com demandas e propostas do turismo. Esse é o objetivo do projeto V A I Turismo: Rumo ao Futuro, iniciativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentada às entidades da cadeia produtiva do turismo e às Federações do Comércio (Fecomércios), no dia 27 de maio, em reunião do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur/CNC).
O Vai Turismo vai organizar uma grande consulta pública envolvendo diferentes atores do trade turístico, capitaneada pelas Federações do Comércio, em todos os Estados e no Distrito Federal, para formular propostas de políticas públicas que serão entregues aos candidatos ao Poder Executivo nas eleições estaduais e federal em 2022. A reunião, em que a proposta foi apresentada e validada, contou com a participação de representantes das 27 Fecomércios e de 25 entidades nacionais do turismo, além de representantes dos Departamentos Nacionais do Sesc e do Senac.
Aproveitar a crise para planejar o futuro
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, neste momento que o turismo atravessa um dos piores ou o pior momento da história do setor, além das ações imediatas para minimizar os impactos da pandemia, é preciso olhar adiante. “Sabemos que o turismo, quando planejado e executado na direção certa, cria emprego e renda, promove melhorias sociais e protege o meio ambiente. Nas eleições de 2022, queremos atuar conjuntamente e integrar estratégias, necessidades e políticas públicas mais consistentes para o turismo, que possam orientar os candidatos e que venham a ser estruturantes para o desenvolvimento desse setor, tão importante para a economia do País.”
O processo participativo vai considerar as diferenças regionais e as contribuições setoriais para elaborar os 27 documentos, um para cada estado e DF, que serão entregues aos candidatos aos governos estaduais, além de deputados e senadores. As demandas apontadas como prioritárias vão compor a proposta nacional, que, após validada pelas organizações envolvidas no processo, será entregue aos presidenciáveis.
O diretor da CNC, que coordena o Cetur, Alexandre Sampaio, lembrou que historicamente o Conselho elabora o pleito com as reivindicações das entidades membros, e, em 2018, o documento foi entregue aos principais candidatos a Presidente da República e contou com a adesão de 25 entidades nacionais empresariais do turismo. “Nossa proposta atual quer aprimorar o processo, ampliando a participação das partes interessadas na construção das propostas para o turismo, tanto estadual quanto nacional”, explica Sampaio.
O Cetur informou que já conta com a adesão das Fecomércios de todos os Estados e do DF e que as entidades nacionais iriam receber um documento para também aderirem. Sampaio disse que o trabalho deve focar o empresariado local e pediu que as representações regionais das entidades nacionais participem. “Sugiro que as entidades nacionais, aqui presentes, façam uma consulta interna nas suas Diretorias para verificar os que querem e podem agregar a essa construção. Também acho que neste momento de crise é importante trazer outros atores e promover a pluralidade. Mas o foco serão as demandas e políticas para o empresariado”, disse.
Para Joy Colares, do Cetur da Fecomércio Pará, a iniciativa vai trazer oportunidade de fortalecimento e união do setor. “O empresariado local terá ânimo extra para dar testemunho daquilo que ele passa e colaborar no que ele vê como solução”, acredita.
Diagnóstico, produtos e destinos turísticos
Milton Zuanazzi, da Abrastur, chamou a atenção para a falta de produtos turísticos nacionais e para a qualificação desses produtos e destinos turísticos e que isso seja visto ao longo da implementação do Vai Turismo. “Convoco o Senac para nos ajudar nesse ponto. O Brasil é extremamente pobre em produtos turísticos, com exceção do turismo de Sol e Mar. Neste momento, com a pandemia e o turismo interno em evidência, acho importante vencer essa etapa. Sem produtos turísticos não há turista”, destaca.
O Vai Turismo terá uma fase de mobilização e engajamento dos atores, depois o diagnóstico com estudos e levantamentos, para então iniciar a sistematização e consolidação das propostas, que por fim serão validadas. “Vamos levantar nos Estados o que já existe de recomendações e diagnósticos para avançarmos a partir do trabalho que já vem sendo feito. Onde isso não existir, vamos começar do zero”, afirma Cássio Garkalns, sócio-diretor GKS, que integra o consórcio de consultores que fará a assessoria técnica e metodológica do Vai Turismo. Também faz parte dessa consultoria técnica a Strategia Consultoria, com as sócias: Marta Poggi, especialista em Marketing e Transformação Digital para Turismo e Hotelaria, e Gleice Regina Guerra, professora e consultora.
Doremi Caramoni expressou o apoio à iniciativa, assim como a maioria das entidades presentes. “Quero deixar os canais abertos em todos os Estados para participar tanto nas regionais, quanto com temas transversais. Vamos contribuir com o esforço de levantar os diagnósticos que já existem para podermos focar mais energia nas soluções”, acrescentou o presidente da Abrape.
“A CNC vai continuar trabalhando em prol das demandas no Executivo neste momento de crise para o setor, mas, como afirmou o presidente Tadros, também faremos esse trabalho hercúleo, dessa grande mobilização nacional pelo turismo, ao longo deste ano e do próximo, para ajudarmos o setor a se recuperar e avançar”, conclui Sampaio.