CNC sobe para 6,2% projeção dos serviços para 2021

Estimativa tem como base dados positivos de julho do IBGE, divulgados nesta terça-feira (14); Turismo registra menor perda mensal em 16 meses.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aumentou de 5,8% para 6,2% a expectativa de crescimento do volume de receitas dos serviços em 2021. A estimativa tem como base os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de julho, divulgada nesta terça-feira (14/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o estudo, o volume mensal de receitas do setor foi o maior desde março de 2016.

De acordo com a PMS, esse volume apresentou um crescimento mensal de 1,1% na passagem de junho para julho de 2021 (já descontados os efeitos sazonais), o que veio próximo à expectativa da CNC, que projetava variação de 1,2%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 17,8%, taxa influenciada pela baixa base comparativa decorrente do início da flexibilização da quarentena.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os números positivos são um evidente efeito do avanço da vacinação no País. “A queda do isolamento social, associada à desaceleração no número de casos de contaminação e mortes pelo novo coronavírus, tem viabilizado a retomada dessas atividades, sobretudo os serviços de alojamento e alimentação”, avalia.

Os indicadores de monitoramento do Google também apontam a retomada. Segundo os números, a concentração de consumidores em áreas residenciais recuou pelo quarto mês seguido, apresentando uma queda de 4% desde o mês anterior.

A sequência de ganhos reais mensais fez com que o setor registrasse, em julho, um volume de receitas 3,9% superior ao verificado em fevereiro de 2020, sendo superado apenas pelo comércio com avanço de 5,9% no mesmo período. Dos grupos de atividade, destacaram-se os serviços prestados às famílias, com aumento de 3,8% e acumulando um avanço de 38,4% desde abril.

Turismo pode avançar 19,1% no ano

Também pelo quarto mês consecutivo, as perdas do turismo recuaram, registrando o menor número em 16 meses. Em julho, as atividades turísticas operaram, em média, com 63% da sua capacidade de geração de receitas, registrando R$ 17,4 bilhões em prejuízo.

De acordo com os cálculos da CNC, o setor já acumula perda de R$ 413,1 bilhões desde o início da crise sanitária. Com a recuperação, a entidade revisou a projeção para o volume de receitas, considerando um aumento de 19,1% no ano.

Responsável pela análise, o economista da CNC, Fabio Bentes, observa que, embora ainda não tenha sido retomado o cenário de voos diários registrados antes da pandemia (cerca de 2 mil/dia), o fluxo de aeronaves nos principais aeroportos do país vem apresentando crescimento robusto desde abril deste ano, tendo avançado 27% em julho e 1% em agosto.

“As perdas mensais de receitas, por exemplo, vêm recuando e tendem a reduzir à medida em que as barreiras à circulação de turistas forem relaxadas”, avalia o economista, creditando o panorama à ampliação da vacinação. Bentes analisa que a tendência é que os serviços, especialmente o turismo, ganhem mais dinamismo.

Outro dado positivo é que, pela primeira vez desde o início da pandemia, as atividades turísticas acumularam mais admissões (1,061 milhão) do que desligamentos de funcionários (1,018 milhão), de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Assim, em relação ao número de julho do ano passado, o saldo de 42,6 novas vagas ampliou em 1,4% a força de trabalho do setor.

Confira a análise completa da Divisão Econômica da CNC